O sonho de ter um teclado analógico, que permite medir com precisão o curso premido em cada tecla torna-se uma realidade com o Ducky One X.
Durante décadas - e ainda agora - os teclados de computador foram associados a dispositivos puramente digitais, em que cada tecla apenas tem dois estados: ou está pressionada ou não. Mais recentemente, começaram a surgir empresas a explorar o conceito de ter teclas analógicas, e é precisamente isso que a Ducky tem feito.
O Ducky One X Mini
O
Ducky One X Mini é a versão compacta do mais recente teclado analógico da Ducky, que também está disponível em versão completa com teclado numérico, teclas de cursor, e teclas de função dedicadas. Embora este formato tenha uma legião de fãs, confesso que não é o meu formato favorito (não ter as teclas de cursor e teclado numérico sempre acessível complica-me bastante a vidade), mas uma vez que o meu propósito era testar as teclas em si, isso é algo que pode ser facilmente ultrapassado.
Os destaques dados pela marca para este teclado são:
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Next-Gen Analog Switch: Ducky Inductive Switches deliver superior accuracy, consistency, and power efficiency compared to traditional analog switches. They support adjustable actuation, Rapid Trigger, and multi-point trigger functionality.
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Sublime Typing Experience: Ducky QUACK Mechanics+ features a seven-layer dampening design combined with a gasket-mount structure, delivering an unparalleled typing feel and exceptional acoustics.
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Versatile Connection: Tri-mode connectivity supports USB wired, 2.4 GHz RF wireless, and BT connections.
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High Shine-Resistance PBT: With 85% high-purity PBT doubleshot keycaps - exceeding industry standards - enjoy fully RGB backlit keys and exceptional resistance to shine.
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Intuitive Settings: The web-based software requires no installation or resources on your computer, offering easy and intuitive setting adjustments accessible across multiple platforms.
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Smooth & Stable Long Keys: In-house-designed, pre-lubed Ducky plate-mount stabilizers deliver smooth and stable keypresses for wider keys.
Especificações:
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Layout:60%
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Connectivity:Tri-mode
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Case Material:ABS
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Mount Style:Gasket-mount
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Plate Material:SPCC Steel
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Switches:Ducky inductive switches – linear, 3.5mm total travel, 40g initial force
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Stabilizers:Ducky plate-mount stabilizers
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Keycaps:Ducky 85% high-purity PBT doubleshot keycaps, OEM profile
Ducky dye-sub PBT keycaps, OEM profile
(Vary by region) -
Hot-swappable:Yes
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South-facing RGB:N/A
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Dampening Design:Ducky QUACK Mechanics+ with 7-layer dampening
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Report Rate:1000 Hz
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Software:Web-based software (requires wired connection)
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Compatibility:PC, Linux & Mac (Intel chipset only)
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Dedicated Media Controls:N/A
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QMK / VIA Support:N/A
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Angles:8°, 11°, 14°
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Ghosting:NKRO (wired), 6KRO (wireless)
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Port:USB Type-C
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Cable:Type-C to Type-C + Type-C to A adapter
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Dimension:308 x 124 x 39 mm
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Weight:918 g

O teclado tem três modos de funcionamento, podendo funcionar como teclado tradicional por cabo (tem cabo USB-C incluído, e também adaptador para ficha USB-A), teclado Bluetooth, ou teclado Wireless RF (por via de adaptador USB também fornecido). O modo de funcionamento pode ser facilmente seleccionado através de um botão deslizante de três posições.
A inclinação do teclado pode ser ajustada entre os 8° (modo normal), e 11° ou 14°, levantando os "pés" na base do teclado.
Na caixa temos também incluídas algumas key-caps extra que podemos usar para personalizar o teclado, a par da ferramenta de extracção das mesmas.
Como toque original, temos também a pequena mascote da marca... que esconde uma pequena escova para podermos manter o teclado limpo de sujidade.
As teclas indutivas
Confesso que incialmente pensei que o mecanismo das teclas abdicasse da mola tradicional e usasse um sistema de "levitação magnético", mas não é o caso. Temos na mesma uma mola tradicional de progressão linar, mas em vez de se ter um contacto físico de actuação, não temos qualquer contacto físico na parte inferior, com a parte móvel da tecla a ter um cone metálico cuja posição é lida com precisão pelo sensor indutivo na base.
Com isto a Ducky diz obter um mecanismo robusto e fiável, para anos e anos de uso, mantendo a precisão de leitura de 0.1 mm em cada tecla.
Em funcionamento
Este é um teclado que mostra logo ser um teclado de qualidade por um aspecto que agradará ao pessoa "da velha guarda": o peso. Com quase 1 kg de peso, nota-se imediatamente que não se esta perante um teclado low-cost. E esse sensação de qualidade não se fica apenas pelo peso, fazendo-se sentir pela rigidez estrutural do teclado e pelos materiais utilizados. As teclas são de material que promete não começar a ficar polido ou desgastado ao fim de alguns meses de utilização, e com toque extremamente agradável.
As teclas são de actuação linear, sem qualquer "clique", que são o meu tipo de tecla preferido (sendo as que tenho no meu teclado de uso diário, embora sem capacidade analógica). O movimento das teclas demonstra também a parte da qualidade do teclado, já que todas elas se movimentam com total fluidez e sem desquilíbrios, até mesmo nas teclas mais "complicadas" como quando se carrega apenas num dos extremos da barra de espaços - situação que não preocupa este Ducky One X Mini.
A gestão do teclado - via browser
Sendo eu um grande crítico da necessidade de software proprietário que se tenha que instalar no computador, eis que fui agradavelmente surpreendido pelo facto do Ducky dispensar a necessidade de instalar qualquer software. A sua gestão é feita directamente a partir do browser via o endereço
duckyhub.io, bastando dar a devida permissão para que a página web se possa ligar ao teclado. Há algumas limitações, como a necessidade de usar um browser baseado em Chromium, e a de ter o teclado ligado via USB, mas acabam por ser condicionantes menores face à vantagem de não instalar software.
Até as actualizações de firmware são feitas através desta gestão via browser, mas com a Ducky a também disponibilizar o download de um utilitário de recuperação tradicional para a eventualidade de qualquer coisa funcionar mal.
Para além das partes de configuração dos inúmeros efeitos visuais com a iluminação RGB (arco-íris, ripple, color cycle, etc.), chegamos à parte que diferencia este teclado de todos os outros. No Ducky One X temos a possibilidade de configurar o ponto de actuação de cada tecla, dos 0.1 mm aos 3.5 mm em passos de 0.1 mm. Notese que isto pode ser feito de forma independente para cada tecla, pelo que podemos definir algumas teclas para serem mais sensíeis que outras, precisando de menor "pressão" que outras.
Há ainda outras funcionalidades curiosas, como o Rappid Trigger, que faz com que a tecla possa ser actuada novamente assim que se faz um ligeiro movimento ascendente, significando que não é necessário largar completamente a tecla para a poder voltar a activar.
Para levar o conceito analógico ao limite, o Ducky One X também permite fazer Multi-Point Trigger, que permite definir até quatro acções diferenciadas para cada tecla em função do grau de pressão aplicado. Ou seja, podemos fazer que um toque leve escreva uma letra minúscula, e um toque mais carregado escreva uma tecla maiúscula. Em caso de jogos, pode fazer com que um toque normal faça um personagem caminhar, enquanto um toque mais forte faça o personagem correr.
Este será um tipo de uso que poderá obrigar a um período de treino e adaptação, e confesso que não consigo imaginar quem queira arriscar dar uso aos quatro níveis de pressão - embora agora mesmo me tenha lembrado que possa fazer sentido em algo como um "fast forward" com velocidade progressiva: 2x, 4x, 8x, etc. Existe um modo de iluminação que faz com que o teclado se ilumine em função da pressão aplicada, e que poderá ser usado como auxiliar de treino para moderar a pressão nas teclas, para quem desejar tirar partido desta funcionalidade.
Como seria de esperar, também temos direito a uma secção dedicada a macros, que permite toda uma infinidade de funções atribuídas às teclas, com um interface visual bastante prático de utilizar.
Apreciação final
O Ducky One X Mini revelou-se uma agradável surpresa. Não só estamos perante um teclado "de luxo" em termos de acabamento e qualidade de construção, como oferece toda uma série de capacidades de personalização que são impossíveis de ter nos teclados com teclas convencionais.
Dito isto, confesso que uma utilização mais exaustiva das suas capacidades seria algo que poderia obrigar a unes meses de adaptação. Numa fase inicial, os aspectos que se torna mais práticos serão o de poder ajustar o ponto de actuação de cada tecla, o que por si só já oferece uma imensa gama de possibilidades. As funcionalidades como o Rappid Trigger também são vantajosos para a maioria das pessoas, e nesse caso sendo algo que funciona sem que se tenha que "treinar", já que se torna bastante natural de utilizar.

A nível de potenciais críticas, as teclas de actuação linear poderão não ser para todos os gostos (há quem goste de sentir o clique físico do ponto de actuação), mas uma vez que aqui isso não existe, não se pode criticar a sua ausência. A parte da configuração via web, apesar de eu considerar positiva, pode também ser um ponto de contestação entre quem puder ter dúvidas que a marca vá manter o site actualizado e disponível a longo prazo. E claro, temos a factor preço, que faz com que este teclado tenha preço acima dos teclados tradicionais (podemos encontrá-lo por cerca de 149 euros nas lojas nacionais), mas não me parecendo que seja proibitivo face a outros teclados mecânicos. E a isto junta-se a justificação plausível de que os teclados são daqueles acessórios em que faz todo o sentido investir, pois poderemos mantê-los por anos e anos, e são aquilo em que vamos manter as mãos em cima durante a maior parte do dia (para quem trabalhar todo o dia no computador, claro).
Ducky One X Mini
Escaldante
Prós
- Teclas analógicas indutivas
- Qualidade de construção
- Gestão via web dispensa software instalado
- Modo USB/BT/RF
Contras
- Preocupação com gestão via web a longo prazo"
- Autonomia nos modos wireless face a outros teclados
Ducky One X Mini
Aberto até de Madrugada
Escaldante (5/5)